quinta-feira, 25 de abril de 2013

Delicioso Pesto alla Genovese

A imagem da Ligúria está ligada ao manjericão assim como ao mar. Seu micro-clima particular e o terreno ideal favorecem o crescimento de uma variedade de manjericão com perfume e gosto particularmente equilibrados. Não existe sequer uma família ligure, que não tenha um vasinho com uma planta de manjericão na varanda de casa e assim também faziam os comandantes genoveses em suas embarcações. A zona considerada ideal para o cultivo do manjericão de melhor qualidade, é aquela que vai de Genova Pra a Genova Pegli e se estende à oeste (ou ponente como dizem os locais) até Palmaro e ao leste (ou levante) até Coronata.
O “parque do manjericão” nasce da vontade da província de Genova de valorizar um recurso-simbolo da cidade, o molho pesto, junto com a necessidade de valorizar a região de Genova Pra, território onde o manjericão encontra de longa data as condições ideais para um ótimo equilíbrio de perfume e sabor. Recentemente, depois de alguns anos de espera, finalmente foi concluído o reconhecimento legal de todos os produtos ligures ou da região, assim, o manjericão e conseqüentemente o pesto produzido nesta zona tornou-se um produto DOP (denominação de origem protegida). Esta sigla já é usada para os produtores de azeite e começa a ser usada também em produtos agrícolas e alimentícios, cujas características qualitativas dependem essencialmente e exclusivamente do território no qual são produzidos.
Portanto, a caracterização geográfica é quem determina a identidade de um produto certificado. Esta mesma identidade territorial e sua impossibilidade de réplica em outras regiões da Itália, é garantida pelo DOP. A variedade “manjericão genovês” tem uma folha de dimensão médio–pequena, com formato oval e convexo e cor verde tênue. Seu perfume é delicado e não apresenta aquele traço de menta que é encontrado em outras variedades de manjericão.

Além do manjericão, o modo de preparo do molho pesto interfere no sabor. O antigo pilão (“pestello”) em madeira macera as folhas, desfribrando-as, graças ao movimento rotatório provocado pelo pulso de quem o estiver utilizando. Assim, rasgado, o manjericão entrega todo o seu sabor. Antigamente, quando se usava o almofariz (“mortaio”) de mármore e o pilão de madeira de oliveira, pereira ou macieira, para não oxidar as folhas, era colocado no fundo primeiro o alho e o sal-grosso, importantes para evitar a oxidação do manjericão e assim se davam as primeiras maceradas. Em seguida, se acrescentava aos poucos o manjericão (as folhas lavadas e secas) até obter uma espécie de pasta, então se trabalhava com os pinoli e os queijos. Em geral, os queijos parmesão e pecorino, eram colocados em duas partes iguais, mas podem ser alterados de acordo com o seu paladar. O composto bem amalgamado vinha terminado com o azeite, que por motivos de comodidade era feito em uma terrina ou vasilha. Depois de fazer o pesto é que se percebe se excedemos ou não no azeite.
A vida moderna deixou o artesanato de sua preparação um pouco de lado e levou muita gente a utilizar o liquidificador (ou processador), que é prático, mas cria um grave problema: o azeite pode cozinhar o manjericão, por causa do calor. E isto é um problema porque o pesto é um molho que, a rigor, deve ser utilizado cru. Para contorná-lo, deveríamos usar a velocidade mínima do liquidificador e fazer breves pausas para evitar o seu aquecimento.
Coberto com um pouco mais de azeite, o pesto pode ser mantido em geladeira por diversos dias. Para a preparação do minestrone o pesto deve ser preparado sem pinoli. Já no Tigulio – entre as cidades ligures de Portofino e de Sestri Levante – é preparado com coalhada, ao invés dos queijos o que lhe proporciona menor tempo de durabilidade, devendo ser consumido rapidamente. O molho pesto pode ser utilizado com todas as variedades de massas secas por não ligar com os ovos. Confira a receita clássica.


Pesto alla Genovese

3 a 4 dentes de alho descascados
um maço de manjericão fresco
1 colher (sopa) de queijo parmesão ralado
1 colher (sopa) de queijo pecorino ralado
1/2 xícara (chá) de azeite de oliva extravirgem (aproximadamente)
2 colheres (sopa) de pinoles
1 pitada de sal marinho

1. Coloque o alho, o sal e os “pinoli” em um almofariz e macere com um pilão. 2. Acrescente o manjericão desfolhado sem os cabinhos, lavado e enxuto. 3. Continue a macerar até obter uma pasta homogênea e perfumada, em seguida coloque os queijos e regue com o azeite, macere mais algumas vezes até o molho ficar bem misturado. 4. Coloque em um recipiente limpo e cubra com o azeite. Conserve na geladeira ou freezer.


 



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